O Secretário Nacional da organização juvenil UNITA, JURA, Nelito Ekuikui, denunciou este domingo, 02 de Junho, o governo angolano de prática de deslocalização de efectivos da Polícia Nacional de uma província para outra quando o governo tem objectivo de reprimir o povo, tendo considerado o sistema de governação actual de perseguição, coação e manipulação contra os angolanos.

Nelito Ekuikui falava em entrevista no espaço “Farol Juvenil”, da Rádio Despertar, em que revelou igualmente que os agentes são enviados para províncias onde não possuem nenhum familiar para estes possam reprimir sem piedade, dando exemplo prático do cenário registado no período de campanha e na véspera das eleições de 2022.

“Eu considero que a polícia é vítima, como são os serviços secretos, como são as forças armadas; somos todos vítimas de um sistema de um pequeno grupo que manipula-nos a todos, manipula-nos a todos e vai fazendo das suas”.

“E, há uma forma que eles fazem, muito simples: quando eles querem reprimir manifestações, quando há eleições, e aconteceu muito nas eleições 2022. O que é que eles fazem: eles tiram  polícias da Lunda-Sul, por exemplo, tiram um batalhão ou um número elevado de polícias da Lunda-Sul coloca-os em Luanda. Portanto, esses não conhecem ninguém de Luanda, a ideia é atropelar; é fazer o que eles bem entenderem, não têm compromisso com ninguém de Luanda”, denunciou o responsável, sustentando igualmente que, “pegam polícia de Luanda, mandam para Cabinda, também não conhece ninguém aí; vai actuar sem sentimentos, sem nada”.

Para a mudança desta realidade, o líder juvenil defende vencer o medo, bem a consciencialização de todos os angolanos para a causa colectiva, promovendo a unidade entre os angolanos.

“Temos que vencer o medo”, para quem o alcance deste objectivo, “é uma questão de coragem, é uma questão de determinação, é uma questão de iniciativas”.

“O que eu considero é que primeiro temos que promover a unanimidade de que precisamos derrotar o MPLA, depois promover a unidade dos angolanos”, desse Nelito Ekuikui, considerando que, “se nós conseguirmos promover a unidade, na acção e no pensamento de Angola e dos angolanos, de que é necessário derrotar esse sistema, para que em Angola surja outro sistema capaz de delegar os angolanos uma polícia republicana, um exército republicano, um sistema judicial independente; um poder legislativo independente e um poder executivo que vá servir efectivamente os angolanos, eu penso que nós teríamos dado quatro passos a frente”.