BATALHA DO CUITO CUANAVALE: O IMPASSE MILITAR

Alcides Sakala Simões


Por. Alcides Sakala
O dia 23 de Março de 1988 marcou o fim de uma batalha militar, travada nas margens dos rios Tchambinga, Kuzúmbia, Kuzizi e Lomba, numa campanha militar que decorreu de Agosto de 1987 a Março de 1988. Os objectivos militares da coligação FAPLA/União Soviética/Cuba eram a tomada de Mavinga e da Jamba que foi frustrada, obrigando ao recuo das forças militares atacantes até à margem direita do rio Cuíto, onde se verificou o impasse militar.
Esta situação conduziu à retirada das forças militares estrangeiras de Angola, cubanas e sul-africanas, negociada em Nova York, em Dezembro de 1988, e às consequentes negociações políticas conducentes à independência da Namíbia, em 21 de Março de 1990; ao fim do apartheid, na África do Sul, em 17 de Março de 1991; e à democratização de Angola por via dos Acordos de Paz Para Angola, firmados em Bicesse, a 31 de Maio de 1991.
A História está aí para registar que a batalha do Cuíto Cuanavale não representou o fim da guerra em Angola nem significou a libertação da África Austral.
Angola, a Zâmbia, o Botswana, Moçambique, o Malawi, a Tanzânia, a Swazilândia, o Zimbabwe e a própria África do Sul já eram independentes antes dessa batalha.
O processo negocial angolano teve deste modo de passar por novas batalhas militares, como foi a última campanha para a tomada da Jamba em 1990, igualmente fracassada e também por processos negociais anteriores a Bicesse como foram os fracassados Acordos de Gbadolite, em que se pretendia o exílio do Dr. Savimbi. Por tudo isso, é uma mentira grosseira atribuir a libertação da África Austral à batalha do Cu
mada da Jamba.
Por conseguinte, foi este impasse militar, ocorrido nos teatros operacionais do Cuando Cubango que levou as partes em conflito, aplicar a resolução 435 das Nações Unidas, através da política do ” linkage”.
Esta política determinou a retirada sim

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