Conferência de Imprensa na Íntegra do Secretário Províncial do Kwanza Sul

O Secretário Províncial do Kwanza-Sul e deputado da UNITA, Manuel Kaquepa, desejou nesta Segunda–feira, 22 de Julho de 2024, as Boas-Vindas à nova Governadora, Dr. Mara Quiosa e desejou bom regresso ao governador cessante Dr. Job  Capapinha, e apresentou as causas profundas da situação política, social e económica crítica da Província e propor soluções para se inverter o quadro actual.

Objectivo da Conferência:

1-Desejar as Boas Vindas à nova Governadora Provincial Dra. Mara Regina da Silva Baptista Domingos Quiosa e desejar bom regresso ao Governador Cessante Dr. Job Castelo Capapinha.

2-Apresentar as causas Profundas que contribuíram para a situação política, social e económica critica da Província e propor soluções para se inverter o quadro actual.

Excelências membros da Direção da UNITA no Cuanza-Sul!

Convidadas e convidados presentes nesta Sala de Conferencias do Partido!

População do Cuanza-Sul!

Senhores Jornalistas!

Minhas Senhoras e meus Senhores.

Excelências!

A nossa Província, já a partir do dia 23 de julho ano em curso, terá novo rosto na sua hierarquia máxima no quadro Governamental.

Tendo em consideração a boa Educação que sempre nos caracterizou, alias o artigo 8º do Estatuto da UNITA aprovado no seu XIII Congresso (Valores da UNITA), na sua alínea i) trata da Subordinação da política a ética. Assim, aproveitando esta ocasião, queremos em nome de todos os militantes da UNITA no Cuanza-Sul, desejar boas vinda a sua Excelência, Dr.ª Mara Regina da Silva Baptista Domingos Quiosa, nova Governadora da Província do Cuanza-Sul, a quem também desejamos sucessos na sua carreira como Governante, que por sinal no dia da tomada de posse, na Cidade Alta, o Sr. Presidente da República de Angola, chamou-a de Bombeira.

Já agora, ela vem para o Cuanza-Sul, para apagar o incendio ou seja, recuperar o que foi estragado, finalmente o Presidente da República concorda com o que há muito a oposição tem vindo a levantar bem como o grito de todos os Cidadãos, quanto a degradação total da nossa Província 22 anos de Paz, outrossim, o sr. Presidente da República, certificou a total incompetência da equipa cessante e aqui vale sublinhar que, o Governador cessante100% havia apostado nos Quadros locais e 80% todos jovens infelizmente os dignos governantes jovens muitos não mostraram trabalho, não souberam aproveitar a sublime oportunidade que na vida só aparece uma vez, envergonharam-nos, daí que a nova Governadora na sua função de bombeira, terá muito trabalho de colocar o homem certo no lugar certo para corresponder com o atributo que lhe é peculiar neste momento.

UNITA nesta Parcela do País, estará atenta, e 6 meses depois, faremos o balanço dos primeiros passos da nossa bombeira e também levantaremos sempre a nossa voz para dar o nosso contributo no que tange um Cuanza-Sul melhor desde que não nos sejam fechadas as portas do dialogo permanente.

Ao nosso Governador cessante, desejamos bom regresso à casa e parta ciente de que, os filhos do Cuanza-Sul que vossa Excelência procurou priorizar nos cargos tanto ao nível do Governo Provincial, como ao nível das Administrações Municipais, alguns não ajudaram na materialização das metas por vós traçadas e se não houver a cientificidade por parte da nova dirigente, o caminho será o mesmo.

Sra. Governadora que será apresentada amanha dia 23 de julho ano em curso e população do Cuanza-Sul, a UNITA nesta parcela do território Angolano, por intermédio desta conferência, faz apresentação de um Cuanza-Sul real e não aquele que as vezes passa nos órgãos de comunicação públicos contra a vontade dos próprios Jornalistas e posteriormente já numa audiência faremos a entrega de um memorando que contém ao pormenor todos os Problemas desta humilde Província.

Que Cuanza-Sul, sua Excelência vai encontrar?

Sua excelência irá sim encontrar um Cuanza-Sul que de forma detalhada a baixo segue:

1-Falta de infraestruturas nos 12 Municípios e 36 Comunas;

2-Falta de água em todos os Municípios com maior Grito aos Municípios do Porto Amboim, Seles, Quilenda, Amboim Gabela, Ebo, Quibala, Libolo, Mussende e uma boa parte dos Bairros da Cidade Capital da Província, 90% de Chafarizes Construídos já não jorram água,

3-falta de energia elétrica sobretudo para os Municípios do Seles, Conda, Quilenda, Mussende, Ebo, Cassongue e parte significativa dos Bairros das Sedes Municipais da Cela Waco-Kungo e Quibala neste último, lamentavelmente a Zona Académica onde se situam as Escolas Politécnica, Seminário Maior e dos Capuchinhos, não há agua nem Luz.

4-100% Das vias secundárias e terciarias, todas elas degradas, neste quadro com maior realce, estamos aqui afirmar que as estradas que ligam as Comunas do Gungo, Botera, Atome, Pambangala, Sanga, Cunjo, Assango, Capolo, Quirimbo, São Lucas, Cabuta, Quissongo, Munenga, Sede Calulo, Lonhe, Cassanje e Kienha, todas elas totalmente degradas, e a Comuna de Dala Cachibo teve sorte de uma terraplanagem e energia da rede devido a Fazenda do Presidente da República de Angola.

5-Centenas de obras abandonadas e outras inacabadas a título de exemplo: Centralidade de Quibaula no Município do Sumbe, Escolas do Cruzamento, Menga, Pambangala, Sede Capital da Província, Comuna do Gungo, sedes Municipais da Quibala, Cela, Porto-

Amboim, Amboim, Ebo, Libolo, Hospitais do Porto- Amboim, do Cassongue, dezenas de Centros Médicos e Postos de Saúde como por exemplo:

– Centro Médico da Guendela que custou milhões e milhões de Kwanzas dos cofres do Estado, e hoje com teto falso já degradado bem como as paredes. O que mais nos preocupa, é que ninguém justifica onde param os orçamentos;

6- Obras descartáveis sob olhar silencioso dos Governantes locais como são os casos das estradas do Aeroporto do Sumbe, Terraplanagem da estrada do Gungo, da Comarca da Cela Waku-Kungo para Comuna de Kissanga-Kungo, do Ebo passando pelo Sector da Chóa até a Comuna do Assango, terraplanagem das Sedes Municipais do Cassongue, Seles, Mussende, Quilenda e Amboim. Existem algumas escolas construídas e inauguradas sem teto falso, pior um pouco a instalação do ar condicionado. Cá mesmo no Sumbe, temos aproximadamente 4 escolas nessas condições.

7-Falta de pontes sobretudo estradas Seles/Atome, todas as vias de acesso da Comuna de Sanga Município da Cela, Comuna de Quirimbo, norte e leste do Município da Quilenda, Estrada Quibala/Bango Yakoma Comuna do Lonhe, Sede Mussende para a Comuna do Kienha, São Lucas, território do Ebo, território da Conda sobretudo Comuna do Cunjo;

8-Superfacturação em muitos projectos inscritos em todos os orçamentos, sobretudo projectos de Construção de Escolas, Hospitais e Estradas;

9-O fenómeno Bajulação, que culmina sempre em dominar os bons dirigentes, pois os incompetentes encontram espaços na estrutura do Governo Provincial e em todas as Administrações locais bem como outros sectores Administrativos;

10-Polícia Nacional com Problemas de infraestruturas quase em todas as sedes municipais, sobretudo ao nível das Comunas do Gungo, Atome, Botera, Cunjo, Pambangala, São Lucas e Kienha;

11-O ambiente de trabalho não aconselhável na empresa WANGFESTÃO/de Pescas no Porto-Amboim, sob olhar Silencioso dos dirigentes locais;

12-Empresas que expulsam trabalhadores que clamam pelos seus direitos, sobretudo cá no Sumbe e no Porto-Amboim, são centenas de jovens e algumas mamas que perderam empregos sem indeminização até hoje;

13-Trabalhadores em regime de contrato, sobretudo no sector da saúde, passam meses e meses sem salário como por exemplo no Município do Mussende;

14-Supostos tratores distribuídos as Cooperativas dos Ex-militares carecem de investigação bem como os Autocarros;

15-Falta de apoio aos jovens que se dedicam a pesca no Porto-Amboim, Carimba, Salinas e Quikombo;

16-Superfaturação na compra de geradores para as Sedes Municipais e alguns até são da segunda senão mesmo terceira mão supostamente comprados numa Fazenda como é o caso do gerador do Município Seles pintado de cor verde para enganar os Munícipes;

17-A falta de diálogo entre governantes e governados;

18-Falta de um Hospital Pediátrico para acudir a demanda;

19-A falta de Universidades Públicas para reduzir as distâncias que anualmente são percorridas pela juventude do Cuanza-Sul na procura desses serviços nas Províncias de Luanda, Malanje, Kuanza-Norte, Huambo, Bié, Benguela e Huíla que, no final da formação, muitos preferem não regressar para as terra natal;

20-Conflitos de terras entre os camponeses e os que têm dinheiro (alguns Fazendeiros devidamente identificados) nas Comunas da Sanga e Cariango onde milhares de cidadãos correm o risco de serem desalojados pelos fazendeiros com a mão de alguns Administradores;

21-Falta de BI (Bilhete de Identificação) sobretudo nas Zonas recônditas;

22-Problemática da divisão Político-administrativa do País, o caso particular afecta a Comuna da Gangula nome preferido pelos naturais, cujo governo local preferiu o nome “Kuvu”, e no Amboim entre a Comuna mais populosa, estamos a falar do Assango que dista acima de 20 Kms da Sede Municipal e Administração local preferiu Cadá que situa-se há 7kms da Sede Municipal e pelo contrário nunca foi Comuna.

23-Problemática de subsídio de isolamento, de realçar que, os Municípios Considerados da Classe “A” ora penalizados, têm zonas recônditas como por exemplo a Comuna do Gungo Município do Sumbe que se situa à Sul da Província acima de 100 Kms;

24-Quanto aos concursos públicos, o Cuanza-Sul tem aparecido sempre com poucas Vagas;

25-Orçamentos incompatíveis com a demanda, já agora com a vinda da nova Governadora,

na qualidade de mulher, provavelmente o executivo do Presidente da República de Angola, pode vir a respeitar o lugar que ocupamos na hierarquia das 18 Províncias uma vez que, somos a 5ª Província mais populosa de Angola;

26-A partidarização dos órgãos de Comunicação públicos/ Rádio Cuanza-Sul e TPA;

27-Muitos Sobas não recebem os magros subsídios e outros passam meses e meses sem receber absolutamente nada;

28-Falta de transparência nos contratos das empresas, umas até ganharam os concursos, mas os Administradores municipais não os conhecem;

29-Falta de Medicamentos nos Hospitais;

30-Preços altos de fertilizantes e falta de apoios de instrumentos e sementes para as famílias camponesas;

31-Políticas selectivas da distribuição do Kwenda;

32-Muitos projectos em cada ano económico que culminam sempre em obras inacabadas,

abandonadas, e outros projectos bem inscritos no orçamento nunca arrancam, mas anualmente aparecem nas propostas orçamentais da Província e aprovados pela Assembleia Nacional;

33-Falta de extensão de telefonia móvel sobretudo nas Comunas do Gumgo, Botera, Atome, Cunjo, Sanga, Lonhe, Quissongo, Kienha;

34-Quém são os dirigentes no Porto Amboim que mensalmente recebem caixas de peixe de uma das Empresas Pesqueiras?

35-O governo tem prerrogativas de intrometer-se na indicação dos Sobas grandes? ou estes são pela linhagem?

36-Enfermeiros em serviço de transferência dos doentes dos Hospitais Municipais para Hospital 17 de setembro, com guias acumuladas sem serem pagas;

37-Ambulâncias sem orçamentos próprios para a transportação dos doentes, o que leva os familiares comparticiparem com valores monetárias para combustível, muito mais ao nível das Comunas.

38-A fome e subida galopante de preços da cesta básica é uma realidade.

Excelência Senhora Governadora, esta sim é a nossa triste realidade, embora alguns dizem ser falsas denuncias e os mesmos nunca apresentam o contraditório.

Causas que contribuiram na destruição do Cuanza-Sul:

1-Falta de transparência na gestão dos recursos humanos, materiais e Financeiros por parte dos Gestores públicos (Prestação de conta);

2-Bajulação;

3-Falta da fiscalização séria;

4-Falta do patriotismo por partes dos gestores públicos;

5-Quadros incompetentes a ocuparem lugares chaves nas Administrações Municipais e não só…;

6-Falta de Dialogo entre Governantes e Governados, ter capacidade de ouvir os detentores da opinião pública;

7-Desvios de rubricas para fins inconfessos;

8-Falta de visão estratégica para a governação de proximidade;

9-O sistema político de Governação do País;

10-O Ego;

11-Partidarização das Instituições do Estado;

12-A reforma compulsiva de funcionários das Administrações públicas do Estado, substituídos pelos jovens, cuja adaptação de cargos partidários (JMPLA) para cargos da Administração pública não tem sido fácil infelizmente;

13-Troca constantes de empreiteiros das obras;

14-Exonerações frequentes dos Administradores Municipais;

15-Falta de orçamentos para as Administrações Comunais;

16-Problemática de ordem de saque que nos últimos anos tem vindo a levar as empresas a falência;

17-Aluguer milionário de viaturas protocolares;

Algumas propostas para se Inverter o Quadro Actual:

1-Colocar o homem certo para os lugares certos.

2- A implementação das autarquias locais, prioridade absoluta;

3-Frontalidade sempre na base da subordinação da política a ética;

3-Humildade intelectual;

4-Gestão transparente da coisa pública (prestação de conta);

3-Diálogo institucional e entre governantes e governados;

4-Definir prioridades que vão ao encontro das necessidades das comunidades;

5-Fiscalização responsável e rigorosa;

6-Orçamentos compatíveis com a demanda.

Todos unidos por um Cuanza-Sul melhor.

Que Deus todo poderoso abençoe esta Província com seu humilde povo.

SUMBE, AOS 22 DE JULHO 2022.

Obrigado pela atençao Dispensada.

O Secretariado do Comité Províncial da UNITA no Kwanza-Sul.

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