Eleições gerais de Angola de 2017

Na quarta-feira, 23 de Agosto de 2017, realizaram-se as eleições para a Assembleia Nacional de Angola. Desde a Reforma Constitucional de 2010, o candidato do partido com mais votos para a Assembleia Nacional automaticamente se torna o presidente da República.
A eleição é marcada pelo fim da presidência de José Eduardo dos Santos, que foi presidente do país por quase quarenta anos.
Os resultados finais das eleições foram anunciados no dia 6 de Setembro.

Contexto

Economia do país


Em 2002, com a eleição de José Eduardo dos Santos e a maior estabilidade no país, os investimentos da China começaram a entrar no país, criando oportunidades de emprego, principalmente nas áreas de construção e petróleo. Entretanto, nos últimos anos, a economia do país tem sido afectada pela queda dos preços do petróleo, um dos principais produtos exportados pelo país, que foi de cem dólares o barril para cerca de cinquenta dólares o barril de petróleo. Com a queda na arrecadação, os serviços essenciais como o serviço público de saúde começaram a ter problemas orçamentários.
A corrupção endémica no país também é destaque: Isabel dos Santos, a filha de José Eduardo dos Santos, enriqueceu durante esse período, tendo uma riqueza avaliada em 3,4 mil milhões de dólares pela revista Forbes.
O país também lida com uma inflação de 30% ao ano.

Sistema eleitoral

As eleições gerais ocorrem a cada cinco anos, elegendo os membros do legislativo do país. A eleição do presidente é indirecta, onde o partido com mais votos ganha o cargo do executivo.
Os 220 membros da Assembleia Nacional do país são eleitos por dois métodos: 130 membros são eleitos por votos em lista fechada no modo proporcional, com os assentos do parlamento sendo preenchidos de forma proporcional aos votos. Outros 90 assentos são reservados para os votos das províncias de Angola, usando o método D’Hondt. Os eleitores devem ter pelo menos dezoito anos, não podendo ser declarados insanos, terem declarado falência, terem convicções criminais passadas, ou terem cidadania dupla.
Cerca de 9 milhões de angolanos estiveram aptos a votar para essas eleições

Eleições


Observadores internacionais

A União Africana enviou observadores para as eleições, com o objectivo de garantir as eleições democráticas.
Apesar de Angola ter convidado inúmeras organizações ao país para garantir eleições justas a União Europeia decidiu por não mandar uma grande equipa de observadores, após as rejeições das metodologias da organização pelo governo de Angola, onde o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Rebelo Chicoti declarou que: “O convite é aberto. Mas não queremos quaisquer acordos específicos com cada uma destas organizações. Quem quiser vir, vem e quem não quiser, pode não vir, mas o certo é que o convite é aberto”. Ao enviar apenas uma equipa de peritos, não há nenhuma declaração política final, nem relatório oficial para divulgação após as eleições.

Dia das eleições

As eleições foram iniciadas às sete horas da manhã, com previsão de que as estações de voto fechassem às 18 horas da tarde. A Comissão Nacional Eleitoral de Angola admitiu “pequenas falhas” no processo de votação, por ausência de delegados em certas estações de votos, mas que teria convocado delegados suplentes para dar continuidade do processamento de votos. Pelo menos quinze estações de voto foram afectadas, e os eleitores só votariam no sábado.
De acordo com os resultados provisórios, o partido Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) ganhou as eleições gerais, com cerca de 61,1 % dos votos válidos, elegendo João Lourenço como novo presidente de Angola. Os resultados finais das eleições foram anunciados no dia 6 de Setembro.