UNIÃO NACIONAL PARA A INDEPENDÊNCIA TOTAL DE ANGOLA

UNITA

“Era mais fácil o Presidente reunir os angolanos, passar uma mensagem de esperança”

O Secretário Geral da JURA, braço juvenil da UNITA e deputado à Assembleia Nacional, Nelito Ekuikui, manifestou recentemente no “podcast” da “Rádio Ouvinte”, a sua indignação pela postura do Presidente da República João Lourenço que na sua deslocação à Portugal, na comemoração do 25 de Abril que assinalou os 50 anos da “Revolução dos Cravos”, promoveu um jantar com a comunidade angolana residente em Portugal, tendo o líder juvenil considerado que era mais fácil o Presidente reunir os angolanos, passar uma mensagem de esperança, discutir com os angolanos.

“Ainda não pagaste se quer a função pública, tens professores e tens a função pública toda em greve, e tú o pai do país, pai da nação; Presidente, pegas numa empresa de direito angolano, e vais para Portugal realizar um jantar show. Estou a dizer que: você levou músicos; foram músicos, e não estou a dizer de músicos que vivem na Europa, atenção; que vivéssem lá e fossem para o jantar, que fossem saudar o Presidente, é um direito que lhes assiste”, afirmou o responsável juvenil do maior partido na oposição em Angola.

O também deputado pelo Grupo Parlamentar da UNITA defendeu que como angolano tem direito de indignação quando um Presidente pega numa comitiva grande, leva músicos do país, leva jornalistas do país; para ir jantar em Portugal, num dos restaurantes mais caros de Lisboa, considerando que era mais fácil o Presidente reunir os angolanos, passar uma mensagem de esperança, discutir com os angolanos.

“Eu não condeno o facto de músicos de renome que são património de Angola saudarem o Presidente, é um direito que lhes assiste; longe disso. Mas, eu sou contra, e tenho este direito enquanto angolano, já nem falo como deputado; como angolano, tenho direito de indignação quando um Presidente pega numa comitiva grande, leva músicos do país, leva jornalistas do país; para ir jantar em Portugal, num dos restaurantes mais caros de Lisboa; alugar uma frota de carros que ficou estacionada aí, de mercedes e todo aparato; levar humoristas, todo um aparato para ir jantar em Portugal; quando os portugueses sabem que há gente a morrer de fome em Angola, quando os portugueses sabem que a função pública não está a trabalhar no país”.

“O que é que é? Eles vão olhar para nós, vão dizer: esses são; o mínimo, o que é que se passa com essa gente? O que é que se passa com essa gente?! País em crise vem fazer jantar em Portugal?! Era mais fácil o Presidente reunir os angolanos, passar uma mensagem de esperança, discutir com os angolanos. Era mais fácil”, disse o deputado que considerou ser desrespeito pelos angolanos o valor gasto, para a realização do jantar que juntou jornalistas, músicos, actores, a par de outros membros que compunham a comitiva do Chefe do Estado.

“Não, uma actividade, um encontro: foi um janar, um banquete. Tú não deves ter noção dos rios de dinheiros que eles gastaram. Sabe o que é movimentar jornalistas, músicos, actores para Portugal? Uns foram muito antes. Epah, pelo amor de deus. Há que ter respeito pelo nosso dinheiro”.

“Dirão: “não, mas tu também recebeeste aquilo”; não, não compara; não compara um meio de trabalho com um jantar; não compares, nada. E, o Presidente tem que aprender a gastar bem o dinheiro dos angolanos. O Presidente já vai por um avião que é nosso; ponto: é nosso! Tal como o carro que eu uso, é dos angolanos, é pago pelos impostos angolanos. Já basta esse privilégio. Agora, não abuse. Não é?! Eu acho que eu tenho esse direito de indignação. Se as pessoas, se as pessoas acham que eu ia me calar, eu não me calo, perante coisas que eu acho que são ridículas”.

“Tal como foi quando foi às Ilhas Seychelles,  com toda família, como foi noutro sítio. Alguém tem que dizer ao Senhor Presidente que ele não pode passar o limite, ele é nosso funcionário,  é funcionário do povo”, disse Nelito Ekuikui.

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