O Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, disse esta terça-feira, 15 de Outubro de 2024, os deputados não terem ouvido do Presidente da República no seu discurso sobre o “Estado da Nação”, um retrato fiel sobre o país.
Respondendo aos jornalistas à margem do discurso do Presidente da República, João Lourenço, o responsável parlamentar afirmou não terem ouvido do Presidente um retrato fiel da dura realidade que os angolanos vivem, desde o ponto de vista do estado de direito, para quem, Angola registou retrocessos aquelas conquistas que já tinham sido alcançados.
Liberty Chiyaka sustentou que, vamos completar 50 anos, lutamos contra o colonialismo português, mas Angola tem agora, a caminho dos 50 anos, presos políticos; presos de consciência.
O responsável parlamentar classificou de grave, o facto do chefe-de-estado não ter proferido nenhuma palavra sobre o situação da fome no país.
“Mais grave, nenhuma palavra sobre o reconhecimento à grave situação de fome crónica”.
De acordo com Liberty Chiyaka, o país tem 17 milhões de pobres, 10 milhões de pessoas fome, nenhuma palavra, nenhuma estratégia foi apontada para se combater a pobreza, a extrema pobreza e a fome.
Para Liberty Chiyaka, “não termos ouvido do Presidente o reconhecimento de que a fome é um problema concreto, é um problema real a combater, deixa-nos muito a desejar”.
Liberty Chiyaka sublinhou também que, o Presidente (da República) em momento algum reconheceu que existem excessos, existem violações dos direitos humanos, disse o responsável, para quem, todos os dias tem relatos do país real, da grave situação da criminalidade que Angola enfrenta.
“Não termos ouvido do Presidente, primeiro um diagnóstico real, sobretudo, apontar políticas coerentes, consequentes para sairmos da grave crise política, social, económica que vivemos, infelizmente deixa muito a desejar”, disse o líder parlamentar da UNITA.
O Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA questionou a importância da celebração com pompa e circunstância dos 50 anos da independência nacional, tal defendeu João Lourenço, no seu discurso, realçando que cinquenta anos vamos festejar, quando não temos a liberdade pela qual lutamos contra o colonialismo português?; que cinquenta anos vamos festejar quando não temos dignidade pela qual nós lutamos; a prosperidade pela qual nós lutamos?
“Portanto este é o diagnóstico real do país que nós temos: um povo sem dignidade, um povo que vive na miséria, e um povo que não é livre; infelizmente 50 anos depois da conquista da independência”, disse o líder parlamentar.