O juiz-conselheiro presidente do Tribunal Supremo (TS), Joel Leonardo — uma entidade sobre a qual recaem graves acusações de alegadas práticas de corrupção durante os exercícios económicos de 2021, 2022 e início de 2023, foi descoberto de ter recorrido, há dois anos, a uma ‘engenharia financeira’ que lhe permitiu subtrair da conta bancária daquela instância judicial perto de 50 milhões de kwanzas.
Deste valor, 35 milhões de kwanzas foram pouco tempo depois transferidos para o exterior do país, de acordo com a notícia divulgada recentemente pelo portal de informação: “Isto é Notícia”.
A operação, descoberta durante as investigações levadas a termo pela Equipa de Perícia da Procuradoria-Geral da República (PGR), envolveu uma empresa pertencente a um sobrinho por afinidade do juiz-presidente do Tribunal Supremo, a própria mulher de Joel Leonardo e um filho menor do ex-comandante-geral da Polícia Nacional (PN) Ambrósio de Lemos, nascido e residente na capital portuguesa, Lisboa.
Para a saída do dinheiro foi o usada a conta do Tribunal Supremo domiciliada no Banco de Comércio e Indústria (BCI), para o exterior.
Falando em exclusivo à Rádio Despertar, Anselmo Kundumula, Politólogo e Ministro da Administração, Emprego e Segurança Social do Governo Sombra da UNITA, defendeu que o país precisa com urgência de uma reforma e que cargos de género deviam ser ocupados por pessoas imaculadas.
“O país precisa de uma reforma, e este órgão do Tribunal Supremo, deveria ser considerado como dos mais privilegiado. A corte supremo deveria ser constituída por pessoas imaculadas. Mas, infelizmente nós temos em Angola, alguém que não sei se seria para que lugar, porque ali nesse lugar muito honestamente está mal colocada”.
Kundumula defende que o magistrado do Supremo não tinha qualidade nem perfil para exercer o cargo que ele exerce, mas devido o pacto de amiguismo ele está a exercer o cargo.
O também jurista apela à sociedade à manifestar-se contra a prática, não deixando este papel para os partidos na oposição, por entender que os tipos de comportamento do juiz mancha o bom nome do país, até no estrangeiro. De lembrar que este não é o único esquema em que o Juiz-conselheiro Presidente do Tribunal Supremo é citado de realizar, mas existem vários processos investigados por peritos envolvendo escândalos de dinheiros de corrupção trazidos a públicos por vários órgãos de informação e comunicação.
