O Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, efectuou nesta sexta-feira, 1 de Novembro de 2024, jornadas de proximidade junto das comunidades no município de Vianda, Província de Luanda, com o objectivo de interagir com os membros dos órgãos de base do seu partido, bem como inteirar-se das condições em que vivem as populações daquela circunscrição geográfica da capital do país.
Adalberto Costa Júnior discursou também para a população local, onde falou sobre a situação social e política do país e os desafios do país, bem como a realidade africana e internacional, com destaque para vitória do partido na oposição no Botswana, e a situação pós-eleitoral tensa em Moçambique após os resultados eleitorais que dão vitória ao candidato do partido no poder, bem como da fraude eleitoral na Venezuela.
O líder da UNITA criticou ainda durante o seu discurso, a actual situação socioeconómica do país, caracterizada pela alta dos preços.
“A farinha está quatro vezes mais cara, a caixa de frango está mais, o arroz está mais caro, o açúcar está mais caro; a escola está mais cara, o pão está mais caro; com uma diferença, não aumentou só quatro vezes, porque, não há controlo dos mercados, não há fiscalização porque os donos de tudo isto são eles”.
Referindo-se à Nova Divisão Política Administrativa que entra em vigor já no próximo ano de 2025, o Presidente da UNITA disse que, o partido no poder está a entesourar o país, que ao contrário da realização das autarquias como prometido em 2028 pelo Presidente da República.
“Nós temos uma tesoura, e o partido de regime que lá está, que não respeitou o vosso voto, está a tesourar o país todo. Está a tesourar o país”.
O Presidente da UNITA sustentou que, o partido no poder, “agora movimenta comunidades por ali porque a UNITA ganhou; “aqui vamos dividir esta comunidade em quatro para esbater o voto de onde a UNITA. Agora vamos lá nos municípios onde não tem muita gente, vamos criar províncias, para ganharmos garantidamente aquele número mínimo das províncias”; estão a tesourar o país todo”, exortou Adalberto Costa Júnior.
Sobre a recente legalização do Partido Político PRA-JA Servir Angola, o responsável da UNITA considerou a legalização do mais recente partido angolano, após ter recebido várias rejeições do Tribunal Constitucional, como sendo por interesse e motivações políticas do partido no poder, apontando como das razões a retirada daquela força política da Frente Patriótica Unida – FPU, uma plataforma política da oposição angolana constituída pela UNITA, Bloco Democrático e PRA-JA Servir Angola.
Para o líder partidário, a razão do regime não é o direito, não é por respeito à lei que fizeram isso.
“O PRA-JA tem todo direito de estar legalizado, tem. Nós não podemos questionar. Cumpriu com as normas todas. Tem que ser legalizado. Mas, o mesmo motivo que lhes fez antes recusar – não foi o direito – foi o interesse político deles, é o mesmo motivo que fez legalizar – é o interesse político deles. Não é outro”.
Segundo o responsável político, “estão a dizer assim: PRA-JA legalizado, a FPU acabou”, disse o Presidente da UNITA, apontando como maior interesse do governo em legalizar o PRA-JA, ver o fim da FPU, e apelou a unidade de todos os partidos da oposição e do povo angolano para a concretização da mudança de governo no país.
“Nós se nos mantivermos separados o MPLA vai continuar a governar”, exortou o líder partidário, acrescentando que, “se nós nos mantivermos separados o regime vai continuar ditatorial, sem autarquias, sem reformas”.
Na ocasião o Presidente da UNITA voltou a criticar a contratação simplificada adoptado pelo governo, qualificando-a de alta corrupção e denunciou o Presidente da República João Lourenço de ser o seu promotor, para quem, os contratos que Angola vai continuando a entregar não tem concurso, isso chama-se alta corrupção.
“Quem está a fomentar a alta corrupção em Angola chama-se Presidente João Lourenço”, denunciou o responsável da UNITA.