Situação insustentável dos trabalhadores é fruto do longo período de inflação

O Governo Sombra da UNITA realizou esta quinta-feira, 30 de Maio de 2024, uma conferência de imprensa em que abordou sobre a situação económica e social do país e a greve dos trabalhadores decorrido de forma interpolada em Março e Abril do ano presente, em que o GSU considerou a actual situação dos trabalhadores angolanos como sendo insustentável do longo período de inflação da moeda nacional e uma situação de desastre económico do país, como sustentou o Primeiro-Ministro do Governo Sombra da UNITA, Raúl Tati.

“A situação dos trabalhadores angolanos tornou-se insustentável como corolário de um desastre económico caracterizado por longos períodos com uma inflação galopante que corrói o poder de compra, enquanto os salários permanecem”.

“A exploração e a miséria se tornaram a norma e muitos angolanos hoje, não vivem, apenas sobrevivem com grande sofrimento, famílias inteiras, novos e velhos empobrecidos e sem esperança, numa indigência quase que generalizada”.

O responsável considera que a reação da sociedade a esta situação confrangedora não se fez rogada, muitos movimentos reivindicativos emergiram, a semelhança greve geral dos trabalhadores convocada pelas três centrais sindicais do país – a UNTA, CGSIL e Força Sindical, que para o Governo Sombra da UNITA, registaram repressão, consubstanciada em perseguições físicas, intimidação e violência contra sindicalistas e trabalhadores que ousam reivindicar seus direitos; negligência, que se traduz na ignorância e desacreditação do Conselho Nacional da Concertação Social, que deveria ser um espaço de diálogo; apontando também a indiferença do governo às reivindicações dos trabalhadores, que no seu entender são recebidas pelas autoridades com descaso e promessas vazias.

Raúl Tati considera que a terceira fase da greve que estava prevista para o dia 3 Junho por tempo inderterminado, interrompida após um acordo entre as três centrais sindicais e o governo, não satisfaz os interesses e as preocupações dos trabalhadores.

“O acordo fabricado nesta reunião pode não representar satisfatoriamente os interesses dos trabalhadores. Contudo, poderá mitigar parcialmente a acentuada erosão salarial que vem se assistindo, pelo que os sindicatos decidiram suspender por agora a greve geral”. 

O Primeiro-ministro do Governo Sombra as preocupações dos trabalhadores não se limitam às questões salariais.

“É importante referir que as preocupações dos trabalhadores não se limitam às questões salariais. Os pensionistas, que por muitos anos sustentaram a economia de Angola estão, muitos deles abandonados à própria sorte. Pensões miseráveis e falta de actualizações condenam muitos à pobreza extrema. Anos de contribuição para a segurança social são jogados no lixo por um sistema falido e corrupto. Trabalhadores que contribuíram durante anos para a segurança social são roubados pelo sistema”.

De acordo com Raúl Tati, “outra grande preocupação dos trabalhadores é a prática crescente da escravatura laboral, na qual, instalações de empresas geridas geralmente por estrangeiros, maioritariamente chineses, encarceram jovens, incluindo menores de idade, para o desempenho de trabalho forçado, sem remuneração condigna e sem condições básicas de habitabilidade e alimentação”.

Para o responsável, “o Governo Sombra da UNITA considera fundamental que se redinamizam os Conselhos de Concertação Social e o espírito de concertação que deve prevalecer nestes espaços seja efectivamente tido em consideração, para permitir que as soluções a forjar emanam da inclusão e da participação cidadã”.

“Sendo assim, entendemos necessário que a concertação social, assente no diálogo honesto tenha carácter permanente e regular no país, não apenas para negociar salários, mas também para exigir dos trabalhadores uma postura de trabalho mais eficiente que promova ganhos de produtividade capazes de impulsionar o crescimento”, disse o Primeiro-Ministro do Governo Sombra da UNITA, Raúl Tati.

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